Quando o barulho está muito alto em sala de aula peço para que os alunos escutem o silêncio. A reação é rápida e esperada: rostos desconcertados e surpresos. Aí alguém se manifesta: “Não é possível escutar o silêncio!”
Se buscamos o menor barulho, ruído ou som e entendemos isto como silêncio é possível escutá-lo. O difícil é achá-lo ou produzi-lo.
É conhecida, na história da matemática, a dificuldade de diferentes culturas da descoberta e a aceitação do zero. O zero como representação do nada, do não existir chegou inclusive a ser visto como alusão ao mal, ao diabo etc. Como seria possível o nada representado pelo zero? Então como seria possível escutar a ausência, o nada?
Da mesma maneira como lidamos com o zero. Percebendo a possibilidade de existir (neste caso através do sentido da audição) a ausência, o nada. Mesmo que não exista silêncio absoluto (assunto para outro post).
Neste sentido é interessante a peça (conceitual) orquestrada por John Cage chamada 4’33” . O nome da peça se deve ao fato de ser o tempo de silêncio para concretizá-la. A peça é dividida em 3 movimentos. Confira (tenha paciência), aprecie e escute o silêncio:
John Cage foi um músico e compositor experimental. Ele foi influenciado pelo zen budismo e buscou colocar esta influência na música.
Curiosidade: a peça 4'33" ou "4 minutos e 33 segundos" dá o total de 273 segundos.
– 273 é o zero absoluto de temperatura na escala Celsius.
4 comentários:
Fantástico, Genial.
Como você disse na sala, é puramente conceitual, não é pra qualquer um.
Perfeito.
Abraços!
Parabéns!
Gostei bastante.
Abraço.
Muito bonito!
Diante de tanta agitação nos faz falta "ouvir o silêncio".
Bjs..
Fê seus textos revelam o quanto mudou, se tem alguem q morreu e ressucitou nestes ultimos meses foi vc meu amigo.
Sim... esta vivendo uma nova vida, um novo horizonte, ele já estava lá, só não tinhamos levantado nossos olhos.
Um abraço e sabe q eu tenho vc por irmão.
De seu amigo Marcello
arteblogs.arteblog.com.br
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