"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sobre o rolex: Huck x Ferrez x Azevedo x Baleiro

As idéias e exposições na mídia a respeito do assalto ao apresentador de televisão Luciano Huck gerou uma polêmica que foi levada às salas de aulas. Os alunos pediram os textos que na mídia escrita estimularam o debate.
Coloco abaixo alguns sites onde se encontram os artigos que discuti com os alunos. Clique no link que está nos sobrenomes dos debatedores para ter acesso aos seus respectivos textos.

O texto de origem à polêmica é de autoria do assaltado Luciano Huck.

A voz da periferia, o escritor e rapper Ferrez fez a versão ficcional do ponto de vista dos assaltantes.

Reinaldo Azevedo, colunista da Veja, entrou no debate expondo a opinião da direita e fez severa crítica ao que ele chamou de apologia do crime de Ferrez.

O cantor e compositor Zeca Baleiro expõe mais detalhadamente sua opinião após crítica que fez à Huck e critica, veementemente, o colunista da Veja.

O colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, rebate crítica usando argumentos primários no seu blog. (postagem do dia 28 de outubro às 14 h e 08 min.)

"Professor ensina, o educador aprende"



"Não adianta querer que os meninos aprendam história se eu não consigo aprender a história da vida deles."

"Ela (a escola formal) serve para escolarizar."

"Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou."

"... (a) escola continua sendo branca, cristã, elitista, excludente, seletiva, conformada. Ela seleciona conteúdos, seleciona pessoas, mas não educa."

"A escola formal não está só na forma. Ela está dentro da fôrma. O pior é quando ela está dentro do formol. É um cadáver. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido."

"a escola ideal deve ser tão boa que professores e alunos desejem aulas aos sábados, domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário."

"O nosso verbo é o "paulofreirar", que só se conjuga no presente do indicativo: eu "paulofreiro", tu "paulofreiras" e por aí vai. Não existe "paulofreiraria", "paulofreirarei". Ou faz agora ou sai da moita. Ação e reflexão, agora."

As idéias acima são de Tião Rocha, educador mineiro que levou ao sertão de sua terra uma maneira lúdica e prazerosa de aprender e ensinar. E óbviamente que isto não poderia ser na escola. Ele criou o CPCD ou Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento que promove educação popular e desenvolvimento comunitário. Para ter acesso à entrevista completa do Jornal Folha de São Paulo clique aqui.

"Pedagogias do CPCD - Pedagogia da Roda – As conversas são feitas em uma roda, de modo que todo mundo possa se ver. As decisões são tomadas sempre por consenso, nunca por votação. Nenhuma proposta feita na roda é descartada. O objetivo é jamais excluir pessoas ou idéias."

Portanto as decisões não são por vias democráticas. Se quiser saber o porquê e mais sobre as diferentes formas de pedagogia do CPDC clique aqui.