"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Revoluções Educacionais

Apesar de, do ponto de vista histórico da educação, constatarmos nos dias de hoje aspectos de uma de Terceira Revolução Educacional, ainda não começamos a cortar as amarras que nos prendem à Revolução Educacional anterior.
A saber: a chamada Segunda Revolução Educacional seria a superação de um modelo educacional onde apenas os filhos da elite e da aristocracia podiam ter um tutor que se responsabilizasse pelo seu progresso intelectual. Dessa maneira a educação passa a contemplar a população no geral. Porém, apesar do seu aspecto democratizante, ela tem aspectos de homogeneização, disciplina, autoritarismo, é centrada na figura do professor como o detentor do conhecimento etc.
A grande maioria das nossas escolas funciona assim. Apesar de todo aparato tecnológico, das pedagogias modernas, do avanço das ciências cognitivas etc. reproduzimos nas escolas modelos ultrapassados.
A escola da Segunda Revolução Educacional incorporou métodos e procedimentos de uma outra revolução: a Industrial.
O processo de produção fordista, voltado para as massas, adentrou os muros da escola e lá se estabeleceu.
A produção do conhecimento se dá sob o controle de sistemas de qualidade (provas e avaliações periódicas) e de comportamento (disciplina e submissão do corpo). A aprendizagem, assim como a produção industrial, se dá de maneira fragmentada em especialidades (disciplinas) o que dificulta a compreensão do todo (alienação?) etc. O tempo na escola e da aprendizagem é totalmente regulada pelo relógio. Alunos que não aprendem determinados conteúdos em deteminado tempo são considerados atrasadoss. Como produtos que não passam por um controle de qualidade ou são rejeitados (transferidos) ou são reinseridos na linha de produção (repetência).



A superação de tal modelo possivelmente se equiparará com a nova revolução que vivemos: a da informação. Ao invés do sistema linear de produção, a era da informação demanda um sistema em rede. Assim, acredito, o aprendizado se dará num ritmo e num tempo humano e a maneira de construir conhecimento deixará de ser linear e passará e satisfazer a curiosidade e os interesses pessoais de cada aluno.