"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Maurice Bejart e o Bolero de Ravel



Eu nunca acompanhei o mundo da dança apesar de gostar e incentivar os alunos que enveredam ou gostam desta arte. De vez em quando assisto a um espetáculo, vou a uma apresentação de alunos, assisto a um filme relacionado ou saio para (tentar) dançar. Mas teve uma apresentação pela televisão de balé moderno, há um bom tempo atrás, que jamais esqueci. Em 1989, nas comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, vi o argentino Jorge Donn dançar ao som do Bolero de Ravel. Como muita gente acho o Bolero de Ravel demais em termos de grandiosidade. A sequência rítmica, como um mantra, aumentando de volume aos poucos com a introdução de novos timbres instrumentais e que leva a um estado de êxtase. Ver o Bolero dançado, para mim pela primeira vez, foi então fantástico! Tempos depois eu quis saber quem era o coreógrafo da obra. Seu nome: Maurice Bejart (foto) que faleceu no último dia 22.



A origem do Bolero provém de um pedido da dançarina Ida Rubinstein, que encomendou a Ravel a criação de um balé a caráter espanhol. Forma uma obra singular, que Ravel considerava como um simples estudo de orquestração. A sua imensa popularidade tende a secundarizar a amplitude da sua originalidade e os verdadeiros objectivos do seu autor, que passavam por um exercício de composição privilegiando a dinâmica em que se pretendia uma redefinição e reinvenção dos movimentos de dança. O próprio Ravel ficou surpreendido com a divulgação e popularidade da obra. Por brincadeira a peça é por vezes chamada de "o mais longo crescendo do mundo". Fonte: wikipedia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Está tudo absolutamente fantástico!
Tenho que fazer uma confissão: o Bolero, de Ravel, é a música que mais gosto. É hipnótica, profunda, inspiradora... No meio do caminho, na graduação, escrevi um texto onde faço uma reflexão sobre o ensino e o Bolero. Assim que eu encontrar, te envio.
Um abraço!

Dani

PS: Adorei "Laços". ;)