"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Matou a cobra? Que prove então!





Escrevo para dizer que duvido, como muitos já sabem, das notícias que os EUA querem que sejam veiculadas pelo mundo. A última, como não poderia deixar de ser, diz respeito ao suposto assassinato de Osama Bin Laden por forças militares norte-americanas no Paquistão e que seu corpo teria sido jogado no mar. Eu discuto a notícia em si. Osama bin Laden deve estar morto. Os EUA não seriam idiotas de noticiar o assassinato de alguém que pudesse aparecer a qualquer momento. Eu questiono como ele morreu.
Duvido que ele tenha sido assassinado por forças militares norteamericanas.
Duvido que ele tenha morrido na última semana.
Duvido que os EUA não sabiam do paradeiro de Osama Bin Laden desde os ataques de 11 de Setembro de 2001.
Aos alunos que me perguntavam de Bin Laden eu respondia: ou está morto ou, se vivo, os EUA sabem muito bem onde está. Hoje fico com a segunda opção por um motivo muito simples: a morte de Bin Laden é um poderoso acontecimento político para ser desperdiçado.

Obama, o presidente, diz que não revelará as fotos por considerá-las fortes e que poderiam fomentar represálias terroristas pelo mundo.
Ao considerar a ação histórica recente norte-americana, ao que se refere ao tratamento de imagens de líderes inimigos capturados, só posso desconfiar.
No final da década de 60, auge da Guerra Fria, os EUA não titubearam ao escancarar as fotos pós-execução de, nada mais nada menos, Ernesto Che Guevara. Temeram por tornar Che mártir? Temeram por transformar Che em um ícone da revolução socialista? Temeram por fomentar guerrilhas camponesas e urbanas num mundo dividido entre socialistas e capitalistas?
Mais recentemente os EUA também não se reprimiram ao divulgar imagens de Sadam Hussein capturado, examinado, barbudo, humilhado e, literalmente, com a corda no pescoço! Não se tratavam de imagens fortes? Humilhantes? Medo de incitar revoltas e represálias? Questionamentos sobre direitos de capturados e priosioneiros? Teve morte de acordo com a tradição islâmica? Huumm....
Por que a diferença agora?
Se os EUA foram capazes de enganar o mundo com as supostas armas químicas-biológicas para invadir o Iraque em 2003 por que não fariam de novo agora? Querem motivos?
- Popularidade de Barack Obama. A reeleição é no próximo ano.
- Implementação de novas medidas de "segurança nacional" frente a uma provável onda de terrorismo. O medo é capaz de tudo.
- Problemas econômicos internos. Mudança de foco.
- Manter a imagem do Prêmio Nobel da Paz de Obama. "O mundo é mais seguro agora."

É velha conhecida a "mania" norteamericana de usar dois pesos duas medidas. Eles manipulam informações de acordo com seus interesses. Demonstram apoio ou inconformidade com governos, sistemas políticos, ditadores etc. de acordo com a conveniência dos programas e da agenda da hegemonia yanque. Não é possível confiar num governo assim. Eles já deram provas demais que falam e fazem tomando como princípio básico a manutenção de seu poder. Eles já foram capazes de colocar seus próprios cidadãos em risco quando o assunto é defender seus interesses. Daí manipular informações numa mídia dominada por alguns poucos poderosos que tem relações estreitas com o alto mando do governo é um passo muito pequeno.

Continuo duvidando das explicações norteamericanas para o 11 de setembro. As últimas notícias só reforçam estas dúvidas.

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