"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Trote ou a perda da noção do privado?

-Alô, pois não?
-Alô, com quem falo? (Voz de um homem por volta de 50 anos)
-Com quem o senhor deseja falar?
-Oras, desejo falar com alguém daí. (Ele fala sério!)
-Então! Quem é esse alguém que o senhor deseja falar?
-Porque eu tenho que dizer? Quem é você?
-Quem é o senhor?
-Se você não disser quem é você eu não digo quem sou eu. (!!)
-Ok. Então ficamos assim. Vou desligar.
-Tá bom então!
Desliguei o telefone.

No tempo que passei na Holanda aprendi que a primeira coisa que se faz quando se telefona para alguém é se identificar. A identificação vem junto com o alô, hi, hello etc.

- Hi, here is...

Ligar para alguém é como bater na porta da casa da pessoa. Daí que alguém que bate à sua porta deve se identificar primeiro. Parece-me óbvio, mas não é para todos.

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