"-... esse sujeito de quem estou falando trabalhava como domador de cavalos (...) parecia ter sido feito por encomenda para domar os potros; mas a verdade é que ele tinha outro ofício: o de 'provocador'. Era provocador de sonhos. Isso é que ele era realmente." Pedro Páramo, Juan Rulfo.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Retrospectivas

Reproduzo aqui, com algumas alterações, texto escrito para o Jornal do Santa que é o jornalzinho, no sentido literal, do Colégio Santa Catarina.

Até a adolescência eu gostava de retrospectivas. Eu assistia na televisão, ou lia em revistas, aquelas edições de notícias de um ano inteiro. Para mim, era uma overdose de coisas interessantes condensadas em um curto espaço. Hoje acho esse negócio muito chato e superficial além, óbvio, de sensacionalista. Acabo sempre lembrando de coisas importantes que os jornalistas esqueceram ou não quiseram inserir. No geral, essas reportagens buscam audiência e, por isso, dão destaque para notícias que vendem: são capazes de fazer menção à nova celebridade acéfala e não falar de uma só descoberta científica. Boa parte da mídia não está interessada numa reflexão sobre as grandes questões humanas e nem em fazer uma análise crítica das transformações do mundo.
Para escrever uma retrospectiva de 2006 já imaginei um rol de fatos e situações ocorridas. Mas para que lembrá-las? Vale a pena agora colocar, sem maiores reflexões, numa mesma lista o medo paulistano diante do PCC, a invasão israelense no Líbano e a cabeçada de Zidane na final da Copa? Talvez valesse, como valia para mim, por ser uma curiosidade acerca de fatos, personalidades etc. Fora isso...
Mas se eu resumisse o ano eu diria que, nós brasileiros, em 2006, projetamos, mais que de costume, nossos pensamentos para os céus e para o espaço. Seja por uma tragédia (do maior acidente aéreo da história); por orgulho (do primeiro brasileiro no espaço); por tristeza (o desmantelamento da Varig); por preocupação e indignação (crise no transporte aéreo); por comemoração (centenário do vôo de Santos Dumont); ou, ainda, por surpresa (Plutão não é mais planeta!). Mas os problemas terrenos continuam os mesmos: violência, corrupção, desigualdade e instabilidade social, fome, aquecimento global etc. Neste quesito: sem novidades!
Lembrar o que passou talvez ajude a criar esperanças para um novo período. A troca da folhinha da parede não traz grandes significados. A maior mudança só é possível em nós mesmos, e isto pode ser feito em qualquer dia do ano independente de calendário cristão, judeu, chinês ou muçulmano. Porque, afinal de contas, diz o ditado que hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas.

6 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro Fernando, obrigado pelo que vc escreveu em meu blog, de vez em quando aparece uma inspiração e tento colocar no papel, vou postar algumas.
Prabéns tb pelo seu texto, aliás já havia lido na íntegra no Jornal do Santa.
Passa ano e entra ano e a mediocridade continua a mesma, as retrospectivas servem para vender jornais ou revistas, roteiro para programas de tv de fato muito pouco se faz pelas pessoas que não anônimas na sua luta, no se sofimento, acredito que o nosso papel, entre outros, é de dar voz a eles para tentar mudar tudo isso.

Denis Rocha disse...

Pelo amor de Deus...
Esse texto de novo!!!
Atualiza isso!!!
Faça-me o favor...hein?
Abrasss.

Bruno Fonseca disse...

Fala sor, td bem ?????

Ficou mto bom o texto, hein ????
Que bom que atualizou seu blog !!!!!!!!
E ainda bem que esse jornalzinho está no sentido figurado, heheheheeheh . . . .

Abraços, BRUNO !!!!!!

Anônimo disse...

Adorei seu texto.Parabéns

Anônimo disse...

Sor,
Tudo bem??
Ai, não acredito!!!!
Você deu uma basica atualizada, VAI CHOVER!!!!!!!!!!!!
hahahahaha
Mas esse texto de novo?!?!
brincadeira.
beijos

Anônimo disse...

q lindo professorr!!
ta vendo soh..
vim aqui da uma olhada no seu blog..
e pra nao fala q eu nao leio nada..
vim le esse texto aqui
e ainda inteiroo!!
xD
o senhor escreve mto beemm
sem puxa sakismo
bjos no cerebro
da sua aluna mais inteligente e dedicada